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4.1 A derivada como um limite

Anteriormente, ao estudar sequências, investigamos como a sequência de diferenças pode fornecer informações a respeito do seu (de)crescimento, bem como a concavidade do seu gráfico.  

Utilizando o conceito de limite em um ponto, podemos ampliar essa ideia. A derivada de uma função f é a função f ' tal que seu valor em qualquer número x' do domínio de f seja dado, se o limite existir, por:


Se x = a for um número do domínio de f, então


é a inclinação da reta tangente ao gráfico de y = f(x) no ponto (a,  f(a)).

No applet abaixo você pode escolher uma função, por exemplo, f(x) = x³, e um valor x do domínio de f, deixando-o fixo. Movimentando o controle deslizante "h" e habilitando o rastro do ponto vermelho, você visualiza uma sequência de aproximações para o quociente , à medida que h tende a 0, tanto para x < 0 quanto para x > 0.



Algebricamente, podemos confirmar este fato:



Para x = 3, então f '(3) = 3 . 3² = 27.

Considere agora a fórmula :

Se tomarmos (a + h) = x, então  é equivalente a , de modo que obtemos a seguinte fórmula para o cálculo de f '(a):



Como tarefa, mostre o resultado anterior agora usando esta fórmula!

Mais um exemplo: determinar f '(x) se :



Para avaliar esse limite,  vamos racionalizar o numerador:


Ficamos com:


Diferenciabilidade

Uma função é derivável em x = a se possui derivada em x = a, ou seja, existe . Uma função será diferenciável em um intervalo aberto se for diferenciável em todo esse intervalo.

No primeiro exemplo anterior, f(x) = x³ é diferenciável para todo número real. Já no segundo exemplo, embora o domínio de  seja (-, 2], f é diferenciável em todo (-, 2], pois existe f '(2).

Seja agora , função cujo domínio é toda a reta real.

Como  e



então f não é derivável em x = 0.

Graficamente, o gráfico de f tem uma reta tangente vertical no ponto onde x é 0.



Clique sobre a imagem para ampliá-la. Note que g(x) = f '(x).

Tomemos agora f(x) = |x|. Seu domínio é toda a reta real.

Para x = 0, temos:


Se h > 0, então |h| = h. Daí 

Se h < 0, então |h| = -h. Daí 

Como os limites bilaterais são diferentes, f '(0) não existe. Note que no gráfico dessa função há um "bico" em x = 0.


Clique sobre a imagem para ampliá-la.

Ainda utilizando o applet anterior, tome para h algum valor suficientemente próximo de zero (mas diferente de 0). Com o rastro do ponto em vermelho habilitado, movimente o ponto x. O que você visualiza? Utilize as funções que analisamos algebricamente. Que relação há entre os cálculos que efetuamos e o comportamento geométrico observado? Pense a respeito.

As duas funções analisadas anteriormente, embora não fossem diferenciáveis em x = 0, eram contínuas em x = 0. Isso implica que o fato de uma função ser contínua em um ponto não automaticamente quer dizer que ela seja diferenciável nesse ponto. Mas, pode-se afirmar o seguinte:


"Se f é diferenciável em x = a, então f é contínua em x = a."

Para provar esse resultado, precisamos mostrar que  ou, de modo equivalente, que .

Podemos re-escrever  como  e, aplicando a propriedade de limite de um produto, obtemos o seguinte:







Regras de derivação

Podemos provar alguns resultados já instruídos geometricamente em outros momentos e também construir novas regras de derivação. Três resultados que já vêm sendo utilizados e podem ser provados são:

- A derivada de uma constante vezes uma função é a constante vezes a derivada da função, caso a derivada exista.

- A derivada da soma de duas funções é a soma de suas derivadas, caso elas existam.

- A derivada da diferença de duas funções é a diferença de suas derivadas, caso elas existam.



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